Os dados foram produzidos por meio de um modelo econométrico chamado probit, baseada na Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD).
Celebrado em 3 de dezembro, há pouco o que se comemorar no Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, pelo menos quando o assunto é mercado de trabalho. Um estudo produzido pela Diretoria de Estudos e Políticas Sociais da Companhia de Planejamento do DF (Dipos/Codeplan) aponta que apenas 4,2% das empresas, cerca de 2.391 mil, têm pelo menos um deficiente em seus quadros.
Os dados foram produzidos por meio de um modelo econométrico chamado probit, baseado na Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) de 2018, publicada no fim deste segundo semestre.
O número ainda é baixo, já que a Lei Federal nº 8.213, de 24 de julho de 1991, estabelece que toda empresa com 100 ou mais empregados deve preencher entre 2% e 5% do quadro de funcionários com pessoas com deficiência ou em processo de reabilitação socioprofissional.
Quem sentiu na pele a dificuldade de acessar o mercado de trabalho foi o auxiliar de serviços gerais Jairo José Alves, de 37 anos. Com uma perna 8 centímetros menor do que a outra devido um acidente de trânsito em 2006, o trabalhador estava desde 2015 desempregado.
“Quando chegou a pandemia, a situação ficou mais difícil, mas conheci a Secretaria da Pessoa com Deficiência e hoje estou empregado”, revela. Atualmente, Jairo atua na higienização de ônibus de viagens. “Graças a Deus, agora, as portas se abriram, mas ainda vejo muito preconceito na contratação de pessoas que têm deficiência locomotiva”, comenta.
A Secretaria de Pessoa com Deficiência, em conjunto com a Secretaria do Trabalho, disponibiliza diariamente postos em seu site e por meio das agências do trabalhador para PcDs. Na sede da pasta, na 511 Norte, há um espaço exclusivo para atendimento desse público.
A pesquisa da Codeplan também aponta que o número de empresas que cumpriram as cotas aumentou desde 2010, mas, até 2018, 65% dessas firmas não cumpriram o percentual necessário. Já outras 55.063 empresas não tinham nenhum funcionário.
Segundo a companhia, o estudo sugere a importância de desenvolver no DF projetos que auxiliem as empresas a adotar medidas de qualificação de pessoas com deficiência, de forma a ampliar programas de qualificação e acesso no mercado de trabalho.
Quem também passou por dificuldades foi Ednaldo dos Santos Cavalcante, 46 anos, portador de deficiência sensorial monocular. Morador de Ceilândia, o vigilante estava há dois anos desempregado, quando conseguiu uma oportunidade em novembro, no Setor de Indústrias Gráficas (SIA). “Encontrei muitas dificuldades, as empresas não dão tantas oportunidades. Foram dois anos de muita correria”, revela.
“A Secretaria tem me ajudado muito, é uma ponte para colocar as pessoas com deficiência no mercado. Se não fosse isso, muitos estariam passando dificuldades”, defende Ednaldo.
Violação de direitos
O disque 100 é uma das principais ferramentas para denunciar situações de violação dos direitos de pessoas com deficiência. O serviço é gratuito, coordenado e operacionalizado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Blogdopa e os previlegios da codeplan.