Neste domingo (2/11), feriado de Finados, brasilienses de todas as regiões administrativas visitaram os cemitérios do Distrito Federal para prestar homenagens a pessoas queridas que já se foram. Em meio à fé e à saudade, amigos e familiares levaram flores, acenderam velas e cuidaram dos túmulos como forma de recordar com carinho aqueles que partiram.
O aposentado Emer Ferreira, 78 anos, esteve no cemitério para homenagear o filho, que morreu recém-nascido em 1975, por problemas cardíacos.
“Foi o primeiro filho. Planejamos muito o seu nascimento e o pior aconteceu. O perdemos ainda bebê. Depois tivemos mais três, todos saudáveis e vivos até hoje. Venho todos os anos para conversar com ele e acender a vela no Cruzeiro. Esse dia celebra muito respeito às santas almas. Que o Pai Maior proteja e guie a todos”, comentou o pai.
Personalidades lembradas
Diversas pessoas também prestaram homenagens à menina Ana Lídia Braga, sequestrada e morta em 11 de setembro de 1973, na saída do colégio onde estudava, no Plano Piloto. Ela foi encontrada em uma cova rasa no dia seguinte. O crime chocou o país pela crueldade e impunidade.
Os túmulos do ex-presidente e fundador de Brasília, Juscelino Kubitschek, e do ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, também receberam visitas de brasilienses neste Dia de Finados.
Taguatinga
Por volta das 12h, visitantes do Cemitério de Taguatinga enfrentaram chuviscos, mas o fluxo de pessoas estava intenso no fim da manhã.
A aposentada Maria Benedita Marques Pereira, 73, visitou a mãe, falecida em 2023 aos 90 anos.
“Era muito apegada a ela. Cuidei dela quando ficou acamada, teve algumas infecções e infelizmente não resistiu. Hoje, estou aqui por gratidão a tudo que ela fez em vida e por tudo que vivemos juntas”, contou a filha.
Eunice Maria Faria, 72, perdeu o filho Flávio Faria aos 14 anos.
“São muitos anos sem ele, de vazio e saudade. Tento sempre vir em ocasiões diferentes para visitá-lo. Eu sempre serei a mãe dele”, afirmou.
Acesso e serviços nos cemitérios
A entrada de pedestres está liberada pelos portões principais de cada cemitério. As unidades administradas pela Campo da Esperança — Asa Sul, Brazlândia, Gama, Planaltina, Taguatinga e Sobradinho — contam com sinalização e fiscalização do trânsito.
Na Asa Sul, três portões estão abertos: o principal, o do Parque da Cidade e o do Setor Policial. O acesso de veículos é restrito: em Asa Sul, Taguatinga, Gama e Sobradinho, apenas carros com autorização especial para idosos, pessoas com deficiência ou autistas podem entrar. Em Planaltina e Brazlândia, não é permitido o acesso de veículos.
Transporte interno gratuito é oferecido nos quatro maiores cemitérios do DF (Asa Sul, Taguatinga, Gama e Sobradinho), com vans circulando em média a cada 15 minutos.
Localização de jazigos e segurança
Atendentes estão disponíveis para ajudar os visitantes a localizar jazigos, com terminais de consulta espalhados por todas as unidades. Também é possível pesquisar os locais por meio de QR codes nas entradas.
A segurança está reforçada dentro e fora dos cemitérios, com apoio da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e demais órgãos do GDF. Vendedores ambulantes não podem circular nas áreas internas. Representantes de diversas religiões oferecem programações próprias, e a Arquidiocese de Brasília realizará missas durante todo o dia nos seis cemitérios da capital.










