Atleta morreu após ser atingido por um carro conduzido por um ladrão que fugia da polícia. Vítima completaria 39 anos em 11 de fevereiro.
“Fiquei sabendo que o bandido tinha 20 e poucos anos de condenação. E a Justiça soltou um homem desses para quê? Só para matar o meu filho”, lamentou Hilda Maria dos Santos, mãe do ciclista Joelson Fernandes dos Santos, 38 anos, atropelado e morto enquanto pedalava nessa quinta-feira (3/2), na Estrutural.
A mãe da vítima recebeu visitas , nesta sexta-feira (4/2), na casa onde, até então, moravam ela e o filho.
O carro que atropelou Joel havia sido roubado minutos antes de atingir fatalmente o ciclista. Quem conduzia o veículo era conduzido Genival Pereira da Silva, 47 anos. Ele cumpria pena de 23 anos em regime semiaberto no Centro de Progressão Penitenciária (CPP).
O acusado fugia em alta velocidade de uma abordagem da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
Após atropelar o ciclista, Genival acertou, ainda, outro automóvel ferindo duas pessoas, sem gravidade.
A pancada em Joelson foi tão violenta que o matou na hora. “Meu filho não tinha 40 anos”, diz a mãe, inconsolável.
“É muito doído. Eu já chorei a morte de tantas mães, de amigas, de conhecidas e até mesmo pela TV de pessoas que eu não conhecia. Eu via as notícias e chorava.
E agora eu estou chorando a minha própria dor. A minha própria morte, do meu filho. Não é justo. Eu não aguento mais”, desabafou dona Hilda.
A família se preparava para comemorar o aniversário de Joelson na próxima semana. Na sexta-feira (11/2), ciclista completaria 39 anos.
Joelson era arrimo da família. Além de ajudar a pagar as contas de casa, era o responsável por alegrar os almoços de família, com seu bom humor.
Joelson ajudou a mãe a conseguir a aposentadoria. “Perdi o meu filho amado. Eu perdi o meu filho que cuidava de mim. Eu perdi o meu parceiro. Eu estou sofrendo a dor e o bandido está lá.
Comendo e dormindo de graça. Ele não está nem preocupado com a vida que ele ceifou. A vida do meu filho”, chorou Hilda.
Enquanto enxugava as lágrimas, a dona de casa recebia o conforto de amigos e parentes, que encheram a casa de Hilda com compaixão.
Hilda defende que as leis sejam alteradas, na intenção de garantir a punição de criminosos à solta. “Já não basta nós da população sustentar esses bandidos na cadeia.
Eles dormem e se alimentam do nosso dinheiro. E vocês ainda soltam para eles matarem os filhos das mães de família”, argumentou.
Para Hilda, as autoridades precisam colocar a mão na consciência e “parar de soltar bandido, que tem que ficar preso”. “Por favor! Vocês tenham misericórdia dos pais de família. Prendam esses bandidos. Segurem esses bandidos presos”, completou.
Ainda digerindo toda a tragédia que atingiu sua família, Hilda não sabe qual será o destino do troféus conquistados pelo filho, apaixonado pelo ciclismo havia mais de 10 anos. Joelson era atleta amador.
Os pais de Joelson são separados. Mas recentemente, o ciclista trouxe o pai, Joel Fernandes dos Santos, de volta para a casa.
O patriarca sofre de graves problemas de saúde e, debilitado, vivia na Bahia. “Ontem ele saiu de casa e disse: pai vou fazer o meu pedal. E não voltou para a casa”, afirmou.
Dona Hilda tinha quatro filhos, dois homens e duas mulheres. “Eu costumava falar que na minha casa tinham uma mesa de quatro perna. Meus quatro filhos e eu que era o lastro da minha mesa.
E tiraram uma perninha da minha mesa. E eu não vou me segurar em pé. Eu não aguento. Meu filho, quero ver meu filho, gente. Por favor. É uma dor que não desejo à mãe nenhuma”, finalizou.
Blogdopa o jornalismo verdade.