Ronnie Peterson Gonçalves da Silva, de 42 anos, foi preso em Brasília no dia 16 de setembro de 2025, acusado de extorquir políticos. Ele se apresenta como jornalista, marketeiro e comunicador, sendo diretor do Canal 18.1 e apresentador do programa “Na Rua, Na Rede, Na Raça”. Nas redes sociais, soma quase 300 mil seguidores.
O apresentador foi preso no estúdio de gravação, no Setor Hoteleiro Norte, na terça-feira (16/9), em uma operação conjunta da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
A prisão foi resultado de uma operação conjunta da Polícia Civil de Minas Gerais e da Polícia Civil do Distrito Federal. Ronnie Peterson é investigado por extorsão contra políticos de Santa Luzia, Itinga e Vespasiano, em Minas Gerais, além de ter sido acusado pelo deputado distrital Daniel Donizet (MDB) pelo mesmo crime em Brasília.
Segundo as investigações, ele teria cobrado R$ 100 mil de autoridades de Santa Luzia para não divulgar notícias difamatórias. A 3ª Vara Criminal de Santa Luzia, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, decretou sua prisão preventiva, destacando que ele utilizava sua influência política e midiática para exigir vantagens econômicas, ameaçando divulgar informações prejudiciais às vítimas.
Além disso, Ronnie Peterson possui um histórico de envolvimento em processos judiciais, com 94 registros no Estado de Minas Gerais e 4 no Distrito Federal, conforme informações do Jusbrasil.
A prisão de Ronnie Peterson destaca o uso indevido da influência digital para fins criminosos, refletindo a crescente preocupação com a ética e a responsabilidade nas redes sociais.
Ronnie Peterson é investigado por extorsão contra políticos de Itinga e Vespasiano (MG) e também em Brasília, onde foi acusado pelo deputado distrital Daniel Donizet (MDB). Segundo o juiz Fabrício Simão da Cunha Araújo, o influenciador enviava mensagens que intimidavam e ameaçavam, inclusive com divulgação de notícias envolvendo familiares das vítimas, ampliando o abalo psicológico sofrido.
“Ao que tudo indica, o investigado se utiliza da influência política para publicar notícias aparentemente enviesadas em suas redes sociais, utilizando-as para manipulação política e ganhos pessoais”, enfatizou o magistrado. O juiz considerou, ao decretar a prisão preventiva, que o influenciador tinha ciência das investigações e passou a ameaçar as vítimas.
Caso do DF
No episódio envolvendo o parlamentar do DF, Ronnie Peterson se encontrou com o chefe de gabinete de Daniel Donizet, Maione dos Santos Dias, em 14 de maio de 2025. O influenciador afirmou ter sido contratado por uma agência – sem citar o nome da empresa – para um “trabalho de 10 meses”, período no qual seriam apuradas pautas contra o deputado distrital Daniel Donizet, a Administração Regional do Gama e a vice-governadora Celina Leão (PP).
O apresentador Ronnie Peterson relatou o episódio em que a atriz pornô Andressa Urach gravou o deputado em um bar em Porto Alegre, afirmando que ele teria tentado entrar à força no camarote dela. Peterson disse que o parlamentar “ficou o tempo todo importunando” e o chamou de “macho escroto”. Segundo ele, a “agência” teria recebido a “demanda de Daniel Donizet” relacionada à exposição do caso.
De acordo com o depoimento do advogado de Donizet à PCDF, Ronnie teria afirmado que poderia não publicar a reportagem contra o deputado caso os assessores entrassem em contato com ele até determinado horário, dando a entender que receberia uma quantia em dinheiro.
Na época, Peterson negou qualquer negociação. “Nunca houve pedido de extorsão. Não existe conversa, testemunha nem nada. Onde eu pediria dinheiro? Trabalho com agência: me procura, me contrata para noticiar algo ou fazer propaganda”, afirmou.
Ronnie Peterson relatou: “Depois dessa conversa, levantei-me da mesa, despedi-me das pessoas e disse: ‘Amanhã tem gravação. Se quiserem, podem me ligar. Estou à disposição para falar sobre qualquer coisa, ponto final’”.
Antes das ocorrências policiais, ele já havia tentado ingressar na política: em 2012, candidatou-se a vereador de Ribeirão das Neves (MG) pelo Republicanos.