Celina Leão herda a maior base política do DF e se prepara para 2026
A vice-governadora Celina Leão herdará a maior base partidária construída pelo governador Ibaneis Rocha, uma estrutura política robusta que servirá de sustentação para sua provável candidatura à reeleição ao comando do Distrito Federal em 2026.
Há uma década, Celina mantém forte identificação com o centro-direita e a direita brasiliense, hoje politicamente órfã após a prisão definitiva de Jair Bolsonaro, figura central desse espectro político. Ela conta com o apoio declarado de Ibaneis Rocha e reúne uma base formada por partidos influentes como MDB, PP, União Brasil, Republicanos, PL, PSD, Podemos e PRTB, ampliando sua força competitiva.
Ibaneis deixará o governo em abril de 2026 para articular sua candidatura ao Senado, e, até sua saída oficial, Celina deverá assumir periodicamente o comando do Buriti, prática consolidada ao longo da gestão. A relação entre governador e vice é considerada excepcional na história política do DF.
Nenhum chefe do Executivo depositou tanta confiança em sua vice quanto Ibaneis, que delegou funções, dividiu decisões e manteve proximidade constante com Celina. A reciprocidade, baseada em lealdade mútua, contrasta com episódios turbulentos de governos anteriores. Nas últimas décadas, o DF registrou embates notórios entre governadores e vices, como o caso de Benedito Domingues, impedido por Joaquim Roriz de entrar no Palácio; Maria de Lurdes Abadia, abandonada por Roriz durante a campanha; e Renato Santana, que acusou Rodrigo Rollemberg de perseguição e racismo.
Diferentemente desses episódios, a parceria Ibaneis-Celina mantém-se sólida, sem registros de rupturas, exigindo da vice-governadora postura pragmática para preservar a articulação política construída ao longo dos últimos anos.
Com a largada para 2026, Celina terá o desafio de manter a ampla articulação herdada de Ibaneis. Embora conte com partidos robustos como MDB, PP, União Brasil, Republicanos, PL, PSD, Podemos e PRTB, precisará administrar focos de tensão internos, especialmente no PL, onde figuras como Alberto Fraga e Izalci Lucas — ambos em fim de carreira política — estimulam Bia Kicis a romper com Celina.
A vice-governadora, vista como peça central no futuro tabuleiro político do DF, terá de combinar habilidade, diálogo e pragmatismo para consolidar a maior base de sustentação já herdada por um candidato ao Palácio do Buriti.
