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Blogdopa | Fraude fiscal: rede de padarias e farmácias é alvo de operação no DF

Operação Bethlehem: PCDF desarticula esquema de fraude fiscal que desviou R$ 15,5 milhões no DF

A Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária (DOT/DECOR), deflagrou na manhã desta quarta-feira (19) a Operação Bethlehem, ação que mira um grupo de empresários do ramo de padarias e farmácias suspeito de comandar um esquema milionário de fraude fiscal.

As investigações apontam que o grupo criou uma empresa de fachada registrada em nome de dois “laranjas” — um sobrinho e um funcionário do contador dos empresários — com o objetivo de ocultar receitas e sonegar impostos devidos ao Distrito Federal. Para isso, os investigados habilitavam máquinas de cartão em nome da empresa fantasma e registravam nelas vendas realizadas pelas padarias e farmácias da rede.

Com essa manobra, o faturamento real dos estabelecimentos era artificialmente reduzido, enquanto a empresa de fachada, apesar de movimentar valores expressivos, não recolhia qualquer tributo. O esquema operou entre 2017 e 2022 e teria causado um prejuízo estimado em R$ 15,5 milhões aos cofres públicos.

A fraude beneficiava diretamente os proprietários da rede de estabelecimentos localizada, principalmente, no Gama. Segundo a PCDF, o esquema funcionava de duas formas:

  1. A empresa fantasma não recolhia impostos, mesmo com as altas movimentações financeiras.
  2. As empresas reais declaravam faturamento menor, já que parte das vendas era desviada para a empresa de fachada, reduzindo a base de cálculo dos tributos.

As investigações revelaram ainda que a empresa fantasma era, na prática, administrada pelos próprios sócios e gestores da rede de padarias e farmácias. Para reforçar os indícios, a Polícia Civil cumpriu 10 mandados de busca e apreensão no Gama, Santa Maria, Ceilândia e Valparaíso de Goiás.

Como medida patrimonial, a Justiça determinou o sequestro de bens e valores equivalentes ao valor sonegado — cerca de R$ 15,5 milhões — com o objetivo de reaver parte do prejuízo e impedir que os investigados continuem a lucrar com a fraude.

O grupo responde por Sonegação Fiscal, Falsidade Ideológica, Associação Criminosa e Lavagem de Dinheiro — crimes que, somados, podem resultar em até 24 anos de prisão.

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