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Blogdopa | Ex-chefe do INSS de Lula, Alessandro Stefanutto, é citado pelo Coaf por movimentações suspeitas

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentações bancárias consideradas incompatíveis com a renda do ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Antônio Stefanutto, entre agosto de 2024 e fevereiro deste ano.

Filiado ao PDT, Alessandro Antônio Stefanutto chefiou o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de julho de 2023 até abril de 2025, quando foi deflagrada a Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que apura a chamada “Farra do INSS”. A demissão dele foi determinada pelo presidente Lula.

O Relatório de Inteligência Financeira (RIF) foi encaminhado à CPMI do INSS, no Congresso Nacional, e obtido pela coluna. De acordo com o documento, Stefanutto recebeu R$ 292.819,79 em créditos entre 13 de agosto de 2024 e 13 de fevereiro de 2025 — um período de seis meses.

A renda mensal declarada por ele nesse intervalo era de R$ 15.913,21, conforme o Coaf — valor considerado incompatível com o total movimentado. O relatório ressalta que “a renda mensal e o perfil do cliente não amparam o volume total a crédito no período analisado”.

De acordo com o relatório, as operações que mais chamaram a atenção foram realizadas por meio de 15 transações via Pix e 17 por TED ou DOC. Somadas, essas movimentações totalizam quase R$ 293 mil que circularam na conta.

Desse valor, R$ 254,2 mil (86,8%) correspondem a transferências via Pix, enquanto R$ 38,5 mil (13,1%) foram feitas por TED ou DOC. As saídas também despertaram atenção: no mesmo período, R$ 293,8 mil deixaram a conta, a maior parte destinada ao pagamento de títulos e tributos.

Em um dos trechos, o COAF levanta a hipótese de que Stefanutto possa estar utilizando sua conta pessoal para movimentar recursos ligados à sua atividade profissional, o que pode caracterizar a chamada “movimentação de pessoa jurídica em conta de pessoa física”.

“Em análise da movimentação, bem como de suas contrapartes, suspeitamos que o cliente utilize sua conta pessoa física para movimentar recursos de sua atividade jurídica, uma vez que as contrapartes guardam relação com a atividade do cliente”, diz o relatório.

O órgão destaca ainda que, embora algumas das transações aparentem ter relação com a função exercida como dirigente público, “a renda informada pelo cliente não ampara os recursos ingressados em conta no período analisado”.

O Portal tentou contato com Stefanutto na sexta-feira (3), mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

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