Segundo Polícia Civil, lote da Terracap foi vendido para empresário no ano passado; outro terreno já estaria sendo negociado por Marcelo Gonçalves. Defesa afirma que investigado tem interesse em colaborar com as investigações.
A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (14), uma operação para elucidar a venda de um terreno público da Terracap, avaliado em R$ 1 milhão, para um empresário de Brazlândia. O lote fica em frente ao Lago Veredinha, área nobre da região.
Segunda a TV Globo que foi quem apurou alguns fatos da investigação é Marcelo Gonçalves, ex-administrador de Brazlândia. Em suas redes sociais, ele afirma ser chefe de gabinete do deputado distrital Iolando (MDB).
Em nota, a assessoria do parlamentar disse que tomou conhecimento do fato pela imprensa e que vai tomar as providências necessárias. “Informamos que o deputado Iolando não é investigado e não tem nada aver com os fatos da ação “, diz a assessoria do distrital.
Ainda nesta terça-feira, Marcelo Gonçalvez foi exonerado do cargo de chefe de gabinete conforme publicação no Diário da Câmara Legislativa.
Em nota, a defesa de Marcelo afirma não ter tido acesso ao inquérito e que o investigado tem interesse em colaborar com as investigações. A Terracap não se manifestou até a última atualização desta reportagem.
De acordo com as investigações, Marcelo Gonçalves vendeu o terreno enquanto atuava como administrador regional de Brazlândia, em 2023. Atualmente, ele negociava um outro lote público com uma rede de supermercados, diz a Polícia Civil.
Os agentes cumpriram dois mandados de busca e apreensão, em Brazlândia e em Águas Lindas de Goiás.
Conforme a investigação, em 2022 Marcelo recebeu “valores” de empresários que forneceram tendas e equipamentos de som e iluminação para três grandes eventos de Brazlândia. Esses “valores” teriam sido repassados para contas de parentes dos investigados para ocultar a origem ilícita.
Quem são os empresários investigados pela PCDF por esquema de tendas
Marcelo Pereira da Silva, conhecido como Marcelo Radical, e João Paulo de Araújo são vistos com frequência nos eventos realizados na cidade
Os dois empresários alvos da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) tiveram documentos, celulares e computadores apreendidos por equipes da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia) durante a deflagração da terceira fase da Operação Colombo, nesta quinta-feira (13/6).
Ambos teriam pagado quantias em dinheiro para serem beneficiados e alugarem tendas, estruturas metálicas e equipamentos de som e iluminação para eventos realizados em Brazlândia.
A PCDF não confirma, mas a coluna apurou que os empresários são Marcelo Pereira da Silva, conhecido como Marcelo Radical, e João Paulo de Araújo.
Os dois são vistos com frequência nos eventos realizados na região. O ex-administrador da cidade Marcelo Gonçalves da Cunha, também investigado, teria recebido dinheiro das empresas por meio de contas em nome de laranjas.
A apuração da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia) apontou que, em 2022, Cunha, que também deixou o cargo o chefe de gabinete do deputado distrital Iolando (MDB) após o escândalo, recebeu valores de Marcelo Radical e João Paulo, que locaram tendas, estruturas metálicas e equipamentos de som e iluminação para três grandes eventos ocorridos na região. Os dois últimos tiveram computadores e celulares apreendidos.
Operação Colombo
A coluna apurou que os eventos sob suspeita são o Aniversário de Brazlândia – 89 anos: que ocorreu de 2 de junho a 2 de julho de 2022; a Festa do Morango – 26ª edição, feita de 2 a 11 setembro de 2022; e o Réveillon de 2022, de 28 a 31 de dezembro daquele ano.
Os mandados de busca foram expedidos pelo juiz da Vara Criminal e do Tribunal do Júri de Brazlândia e cumpridos em Samambaia, Vicente Pires e Cidade Ocidental, no Entorno do DF.
O ex-administrador foi alvo de mandado de busca na primeira fase da Operação Colombo, deflagrada em 14 de maio deste ano.
A investigação apontou que o suspeito negociou, no ano passado, um terreno da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) com um empresário de Brazlândia e, antes de ser alvo da operação, negociava outro lote público com uma rede de supermercados.
Resposta dos empresários citados:
Após a reportagem publicada, a defesa dos dois empresários enviou nota ao Portal. Veja a abaixo:
“Cumpre-nos na qualidade de empresários, informar:
1. Que ambos exercem atividade empresarial há mais de 20 anos, nesta capital, gerando empregos e pagando impostos;
2. Que os serviços prestados na CIDADE DE BRAZLÂNDIA, citados na matéria, foram REALIZADOS SEM qualquer participação da Administração. Não existiu nenhum contrato entre as empresas e à Administração.
3. Que nenhum pagamento foi realizado pela Administração de Brazlândia;
4. Que esse fato já foi amplamente comunicado à digna Autoridade Policial, por meio dos Ofícios 330/2024-RABRAZ, conforme comprovantes anexos;
5. Que os serviços foram prestados na sua integralidade, sem nenhuma mácula;
6. Que jamais se utilizou de expediente espúrios para remunerar quem quer que seja;
7. Que toda montagem desses eventos foram precedidas de projetos previamente aprovados;
8. Que pretende prestar todos os esclarecimentos à digna autoridade policial;
9. Que lamenta o vazamento das informações, levando-se em conta que essa investigação, a despeito de estar sendo realizada sob sigilo 4, culminou por macular a imagem dos empresários.
10. Que os seus advogados estão tomando conhecimento dos fatos e adotando todas as providências necessárias visando o restabelecimento da verdade, culminando com o arquivamento da investigação.
11. Que lamentamos o fato de não termos sido intimados para prestar os esclarecimentos pelo senhor Delegado de Polícia da 18ª DP.
12. Que continuaremos à disposição das autoridades para maiores esclarecimentos”.
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