À medida que o Distrito Federal se aproxima das eleições de 2026, o clima político começa a esquentar. Enquanto no campo majoritário — a chamada “prateleira de cima” — ainda prevalece certa estabilidade, nas cidades satélites a disputa já ganha contornos de rivalidade pessoal e, em alguns casos, extrapola os limites do debate democrático.
Participar da política é legítimo e essencial à democracia. O problema, cada vez mais visível, está na forma como alguns atores buscam se projetar. Em tempos de redes sociais, curtidas e engajamento digital frequentemente são confundidos com capital político. No entanto, transformar popularidade virtual em representatividade real exige mais que postagens: requer trabalho de base, diálogo e responsabilidade.
O episódio em Planaltina
Um caso recente em Planaltina ilustra o cenário. O deputado distrital Pedro Paulo Pepa relatou que um policial civil da cidade, com pretensões eleitorais, teria enviado em mensagens privadas imagens exibindo duas armas de fogo.
Embora o policial tenha negado que se tratasse de ameaça, a situação gerou desconforto. Especialistas lembram que, em política, o simbolismo importa: uma imagem pode ter impacto tão forte quanto uma declaração explícita.
A controvérsia poderia ter sido encerrada com um pedido de desculpas, mas a reação veio em tom agressivo, reforçada até por trilha sonora em vídeo divulgado posteriormente. O episódio acabou ampliando a repercussão negativa em vez de contê-la.
Ego versus responsabilidade
Analistas avaliam que a disputa eleitoral no DF tende a reunir perfis variados, incluindo candidatos sem experiência política prévia. Enquanto políticos tradicionais contam com estruturas consolidadas e maior preparo para lidar com críticas, novatos podem se perder quando o ego se sobrepõe à estratégia.
No caso de Planaltina, o episódio sugere como projetos potencialmente promissores podem se desgastar antes mesmo do início oficial da campanha. A busca por holofotes imediatos, baseada em confrontos pessoais e gestos simbólicos de intimidação, pode inviabilizar trajetórias eleitorais.
Lições para 2026
A pré-campanha de 2026 reforça um ponto central: firmeza não deve ser confundida com agressividade. Popularidade digital não substitui diálogo político. E, acima de tudo, a construção de uma candidatura sólida passa por responsabilidade e capacidade de reconhecer erros.
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