Após a fiscalização, o proprietário da empresa foi notificado pelo órgão, e deve apresentar um laudo, dentro de 15 dias, atestando se é seguro manter a estrutura.

Uma equipe da Defesa Civil foi até o supermercado Supercei, no Colorado, na manhã deste domingo (15/8), para fazer a vistoria da estrutura destruída por um incêndio, que ocorreu na última sexta-feira (15/8). Após a fiscalização, o proprietário da empresa foi notificado e deve apresentar um laudo, dentro de 15 dias, com possibilidade de prorrogação, atestando se é seguro manter a estrutura.
O coordenador de operações e engenheiro chefe da Defesa Civil do DF, tenente-coronel Rossano Bohnert, explica que o objetivo da vistoria foi avaliar a segurança estrutural do prédio. Junto com outros engenheiros arquitetos, eles acessaram a parte interna da construção durante a manhã. “A defesa civil veio só hoje devido às altas temperaturas. Hoje, a gente já pôde trabalhar. O problema dessas altas temperaturas é que ainda tem, além do desconforto técnico, o desprendimento de gases e vapores tóxicos”, ressalta.
De acordo com Rossano, a estrutura foi bem comprometida após o incêndio. “No local onde foi o epicentro do incêndio, a estrutura da cobertura derreteu. Estamos falando da estrutura de aço, que acabou ficando como se fosse um plástico derretido”, diz.
Segundo o tenente, um incêndio pode gerar dois tipos de problemas. “Um é a perda das características físicas dos materiais construtivos, como tijolos, azulejos, cerâmicas e a parte estrutural também, como aço, concreto. Eles perdem suas características, suas resistências”, pontua.
O outro problema gerado é dos esforços feitos pela estrutura durante as chamas. “Há a dilatação dos materiais. Elas trabalham de uma forma que é esperado, por norma, mas ao mesmo tempo que protegem, se sacrificam. Então a construção fica íntegra, mas não por muito tempo”, ressalta.
Notificação
A defesa civil notificou, ainda neste domingo (15/8), o proprietário do supermercado, para que apresente um laudo, confeccionado por um engenheiro. “Deve atestar o que vai ser mantido com segurança e o que não há como manter. Isso demanda um tempo. A gente deu, de imediato, quinze dias, porque é preciso pegar materiais aqui, levar para um laboratório para fazer teste. Se nesses quinze dias não for possível, a gente pode prorrogar, não há problema. O que não pode é voltar a funcionar antes desse laudo”, explica Rossano.
A reportagem ligou no telefone celular divulgado pelo supermercado atingido pelas chamas, mas, em todas tentativas, uma gravação informa não ser possível completar a chamada. Nas redes sociais, a empresa publicou uma nota informativa sobre o ocorrido: “Amigos clientes, nesta sexta-feira, dia 13, passamos por um susto! Nossa loja do Taquari teve um episódio de incêndio, como noticiado nos veículos de comunicação. Todos os nossos colaboradores e clientes estão bem, e isso é o mais importante! Agradecemos as mensagens e em breve estaremos abertos com um queimão de ofertas!”.
O espaço segue aberto para manifestação da empresa acerca da notificação do laudo.
Operação de Rescaldo
A chamada operação de rescaldo teve início na manhã de sábado (14/8), quando 10 bombeiros militares foram até o local para movimentar entulhos e jogar água nos pontos quentes. No entanto, eles não puderam acessar a parte interna porque, segundo informaram, havia o risco de desabamento. Com isso, a equipe trabalhou apenas do lado de fora.
De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), Rommel, o acesso à parte interna da estrutura foi feito durante a vistoria na manhã deste domingo (15/8), após a Defesa Civil autorizar a entrada. “O combate foi realizado no dia do incêndio e o que acontece é que tem alguns pontos com material muito combustível e que acumula muita energia. Então naturalmente, com o vento, pode voltar à reignição. O quartel mais próximo está sobre aviso e fica fazendo rondas periódicas, entra e faz o resfriamento desse material para que ele não provoque um foco maior”, explica.
Segundo o oficial de área, não há possibilidade de reignição e proliferação do incêndio, uma vez que os pontos quentes encontram-se isolados em área já consumida pelo incêndio. “O incêndio já foi controlado e esse fogo não está em condição de passar para nenhum outro local”, diz. Questionado quanto à causa do incêndio, ele explicou que o CBMDF ainda fará a perícia. “Deve acontecer ainda hoje, mas é algo que leva bastante tempo”, pontua.


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