As investigações tiveram início em janeiro, após o bando ter subtraído placas de transmissão de sinais de internet de uma torre erguida em Ceilândia. O furto chamou a atenção da PCDF, em razão da especificidade do objeto furtado e do valor de mercado, avaliado em mais de R$ 100 mil, o que indicava se tratar de um grupo especializado.
Esquema milionário
Os policiais chegaram aos autores do furto e aprofundaram as investigações sobre os mandantes do esquema. As equipes, então, identificaram um esquema milionário de furto, receptação e utilização das placas das operadoras na atividade comercial de uma grande fornecedora de internet que atua no interior de Goiás.
Os equipamentos furtados eram repassados a um receptador específico e a outros de menor dimensão por valores que não chegavam a 20% do preço de mercado. Com isso, eram utilizados por essas empresas para a distribuição de sinais de internet nas cidades onde atuavam.
Essas empresas costumam oferecer os serviços de internet em localidades do interior, em que as grandes fornecedoras não têm interesse de atuar. Com isso, a prestadora do serviço comprava o sinal das grandes operadoras e revendia para os consumidores finais. Para a realização dessa atividade, são necessários aparelhos de alto custo.
Núcleo de criminosos
A empresa alvo principal do serviço adquiria grande parte dos equipamentos furtados das torres de transmissão das operadoras. Curiosamente, são as mesmas de quem a companhia envolvida comprava os sinais para revender. No decorrer da apuração, os policiais chegaram a prender, em flagrante, os mesmos autores que praticaram o furto que motivou o início da investigação.
Em março, as equipes detiveram a dupla de criminosos no instante em que vendia placas de sinais de transmissão de internet para um receptador na Estrutural — este te, uma empresa de comercialização de internet para aquela população.
A investigação identificou a empresa responsável pela receptação da maioria dos materiais. Ela tinha como área de atuação principal cidades do interior de Goiás. O esquema era, de fato, comandado pelos proprietários dessa firma, que mantinham um núcleo de criminosos responsável por contratar ex-funcionários de companhias de telefonia para realizarem os furtos.
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