TCU analisa denúncia de desvio de recursos públicos envolvendo presidente da ABDI, Ricardo Cappelli
A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) se manifestou favoravelmente ao conhecimento da representação que aponta possíveis irregularidades no uso de recursos públicos pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) para a promoção pessoal de seu presidente, Ricardo Cappelli, que é pré-candidato a governador do Distrito Federal pelo PSB. O caso foi levantado pelo deputado distrital Daniel de Castro (PP) e envolve suposto desvio de finalidade no uso de um contrato de publicidade, com alegações de que a agência estaria utilizando recursos públicos para impulsionar a imagem pessoal de Cappelli.
A manifestação da 4ª Diretoria do TCU sugere que a Corte conheça a denúncia e conceda um prazo de 15 dias para que a ABDI se pronuncie sobre os indícios de irregularidades. O relatório foi encaminhado ao gabinete do ministro Bruno Dantas, que deverá elaborar seu voto e levar o processo ao Plenário do TCU. Não há previsão para quando o julgamento ocorrerá.
A denúncia, que apontou a criação de sites e perfis pessoais de Cappelli e o aumento de 25% no valor de um contrato publicitário (passando para R$ 8,1 milhões), sugere que a promoção pessoal do presidente da ABDI teria sido financiada com recursos públicos, sem justificativas técnicas. O TCU identificou que o conteúdo impulsionado estava predominantemente voltado à imagem pessoal e política de Cappelli, sem relação com a comunicação institucional da agência.
Além disso, a área técnica do TCU observou que o uso da estrutura da ABDI e a gestão de impulsionamentos por servidores e terceirizados indicam que a agência estaria sendo utilizada para fins pessoais, o que poderia caracterizar uma violação aos princípios da administração pública e atos de improbidade administrativa.
Em resposta às acusações, o presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, defendeu a ampliação das atividades da agência nos meios de comunicação e negou qualquer vínculo entre sua comunicação pessoal e a institucional. Ele também alegou que a representação foi uma manobra política de adversários do governo de Ibaneis Rocha e Celina Leão, apontando uma estratégia desesperada de seus opositores.


