Entre os 513 deputados federais, 66 são candidatos. No Senado, dois dos 83 senadores participam da disputa. Ausência de votações é causada, também, por falta de articulação do Planalto e obstruções na Câmara
Paralisia no Congresso também se arrasta porque a base do governo não consegue acordo em torno da Comissão do Orçamento.
A reta final das campanhas municipais aumentou a paralisia que toma conta do Congresso, desde o início de outubro. Além dos deputados e senadores que são candidatos nas eleições, muitos outros parlamentares estão em seus redutos apoiando aliados. Nessa situação, fica cada vez mais remota a possibilidade de aprovação de reformas e projetos importantes neste ano, inclusive o Orçamento de 2021.
Na Câmara, 66 dos 513 deputados federais são candidatos – 59 a prefeito e sete a vice-prefeito. Dois senadores também concorrem ao cargo de prefeito.
Entre os deputados federais, a maioria, 41, concorre nas capitais. Em algumas delas, mais de um deputado disputa ao mesmo cargo, como acontece em Fortaleza (CE), onde quatro são candidatos a prefeito: Capitão Wagner (PROS), Deuzinho Filho (Republicanos), Heitor Freire (PSL) e Luizianne Lins (PT). Em Belém, também quatro deputados federais querem a prefeitura: Cássio Andrade (PSB), Edmilson Rodrigues (PSOL), José Priante (MDB) e Vavá Martins (Republicanos).
Já na capital pauista, cinco deputados federais são candidatos – três a prefeito, dois a vice. Disputam a prefeitura Celso Russomanno (Republicanos), Joice Hasselmann (PSL) e Orlando Silva (PCdoB). Luiza Erundina é candidata a vice na chapa do PSol, e Carlos Zarattini é vice na chapa do PT – que, aliás, é o partido com mais deputados candidatos (nove), seguido pelo PSL (sete), Republicanos (seis) e PSB (cinco). Ao todo, 21 partidos lançaram deputados como candidatos neste ano.
Entre os senadores, Jean Paul Prates (PT-RN) é candidato a prefeito de Natal. E Vanderlan Cardoso (PSD-GO) disputa a prefeitura de Goiânia.
Além do envolvimento dos parlamentares nas disputas municipais, outros fatores contribuem para a paralisia no Congresso. A deficiente articulação política do governo é um deles. Também se soma a esse quadro as obstruções feitas pela oposição, na Câmara, para exigir que o auxílio emergencial se mantenha em R$ 600. Já os deputados do Centrão, bloco parlamentar que apoia o Planalto, têm embarreirado os trabalhos por conta do impasse em torno da presidência da Comissão Mista de Orçamento.
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